O ano de 2017 começou de forma violenta em Salvador e região metropolitana. Tomando por base dados estatísticos da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) referentes a janeiro, houve um incremento de 33,9% no índice de homicídios ante o mesmo mês do ano passado. Em números absolutos, foi registrado um total de 225 assassinatos nos 31 primeiros dias deste ano na capital e em municípios da RMS. Em 2016, no mesmo período, foram contabilizados 168 casos.
Com 15 homicídios no período de 24 horas, o dia 23 de janeiro, uma segunda-feira, foi o mais sangrento dos últimos tempos. Cinco das mortes tiveram como cenários municípios da RMS – Dias d’Ávila, Candeias, Camaçari, Simões Filho e Lauro de Freitas. As outras dez estão pulverizadas entre bairros populares da capital como São Caetano, Fazenda Grande do Retiro, São Cristóvão e Jardim Santo Inácio, entre outros inscritos no mapa da violência de Salvador.
O perfil das vítimas confirma tendência apontada por estudiosos da criminalidade contemporânea: é pobre, jovem (40% do total está na faixa dos 13 aos 25 anos) e não tem ocupação definida. A maioria esmagadora é do sexo masculino: 213 homens de um total de 225 pessoas assassinadas. As mortes por arma de fogo também predominam.
Na capital, a região do Miolo de Salvador que engloba bairros como Cajazeiras, Pernambués, Cabula, Tancredo Neves, Pau da Lima e São Marcos, entre outros – liderou as estatísticas, com um total de 36 casos pulverizados por 25 localidades. Em seguida, vem a região do subúrbio ferroviário, com 22 ocorrências, distribuídas por bairros como Plataforma e Rio Sena, os mais violentos no período.
Entre os municípios da RMS, Camaçari lidera o ranking: somente na sede, foram 23 homicídios, além de mais seis distribuídos pelos distritos de Catu de Abrantes, Monte Gordo e Arembepe. Na segunda posição, vem Simões filho com 15 assassinatos em janeiro.
Crueldade – Para além das análises que associam a violência a fenômenos como a guerra do tráfico, um homicídio registrado em janeiro ganhou destaque na mídia pela crueldade e frieza com que foi cometido: o assassinato do bebê Gabriel dos Santos Rosário Bonfim, de pouco mais de um ano, carbonizado em meio às chamas que consumiram a casa em que ele morava com a família, no subúrbio ferroviário de Periperi.
O crime aconteceu no dia 26, uma quinta-feira, e tem autoria e motivação determinadas. Segundo as investigações, o incêndio foi provocado por Ana Cristina Menezes Lima, de 48 anos, namorada da mãe da criança, a dona de casa Maraiza Santos do Rosário, 31. O motivo teria sido vingança.
Em janeiro, Gabriel foi a vítima mais jovem da violência que ceifou exatas 225 vidas em Salvador e região metropolitana. A mais velha foi Ubiratã Pereira Santos, de 56 anos, morto a tiros, três dias antes, na localidade de Rio Sena, também na região do subúrbio ferroviário. A julgar pelos números fechados até esta segunda-feira (13) 78 casos de acordo com a SSP-BA – não há evidências de que a violência em Salvador e RMS vá arrefecer em fevereiro. (Bahia.ba)
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